terça-feira, 17 de setembro de 2013

Dilma cancela viagem de Estado aos EUA

Uma clara mensagem dirigida ao mundo, e não somente aos Estados Unidos

Dilma Roussef - Foto Antonio CruzA mensagem que Dilma envia é clara:

· Aos EUA: a relação entre países não pode se basear em espionagem e intervenções ilegais.

· Ao mundo: reajam ao imperialismo, antes que seja tarde.


Ao cancelar sua viagem oficial de Estado aos EUA em outubro, devido às recentes denúncias — e comprovações — de espionagem da NSA (Agência Nacional de Segurança daquele país) sobre o seu gabinete e também sobre a Petrobras, a presidente Dilma Rousseff reafirma claramente os objetivos e o estilo da política externa do Brasil. Não se podia esperar menos da presidência da república.

Agravante a ser destacado como causa do cancelamento da visita oficial da presidente brasileira é o governos dos EUA, apesar da solicitação oficial enviada pelo Ministério das Ralações Exteriores do Brasil (MRE) no sentido de prestar esclarecimentos sobre o assunto da espionagem, não ter se pronunciado claramente. Os EUA acreditam que não estão obrigados a prestar contas pelos seus maus-feitos. No entanto, acham-se no direito de agir unilateralmente, sem o aval da ONU, como ‘polícia’ do mundo, como vimos no caso recente do incidente com armas químicas na Síria.

Um dos principais responsáveis por esses atos de espionagem terem vindo à tona foi o jornalista 20130807_Glenn Greenwall_BR Senate_EBC_upnorte-americano Glenn Greenwald (imagem: L. S.), que trabalha para o jornal britânico The Guardian e mora no Rio de Janeiro. Ressalte-se que, recentemente, o companheiro do jornalista foi detido e interrogado durante nove horas e teve todos os seus equipamentos eletrônicos confiscados pela polícia britânica, quando retornava de Berlim e seu voo fez uma escala no aeroposto de Heatrow. Chama a atenção que nenhuma acusação formal tenha sido feita contra o brasileiro; seus direitos foram violados pelo governo inglês apenas devido a “suspeitas” imprecisas.


A respeito do cancelamento da viagem oficial de Dilma aos EUA, o site VIOMUNDO reporta que:

Uma visita de estado é a categoria diplomática mais alta dada a governantes estrangeiros. Ela inclui elaboradas formalidades, como um jantar de gala, e uma cerimônia militar no momento da chegada.

Os EUA têm, normalmente, duas visitas de estado por ano.
Neste 2013, Dilma seria a única.
Essa seria a primeira visita de estado de um brasileiro aos EUA em quase duas décadas. O último presidente a receber a honra foi Fernando Henrique Cardoso, em 1995.

Dilma promete discursar sobre espionagem na abertura da 68º Assembleia Geral das Nações Unidas, que se realiza na próxima semana, em Nova York.


Esse posicionamento da presidente é importante, já que, como uma das maiores democracias do mundo, cabe ao Brasil referendar e ressaltar as formas de relação que aceitáveis entre países no mundo contemporâneo. E além disso, estimula outras nações a se posicionarem de forma semelhante. Certamente isso ajudará a redimensionar o valor da democracia, da privacidade, da não-intervenção em asssuntos estrangeiros e do respeito mútuo, em todo o mundo, mas principalmente nos EUA, país que está se especializando em suprimir direitos dos seus cidadãos, de estrangeiros e pisotear o direito internacional, inclusive o direito à privacidade, em nome de uma suposta “guerra ao terror”.

Esses valores e direitos têm também sido muito pisoteados principalmente por países que se dizem o suprassumo da democracia, tais como snowden louco_upos membros da União Européia (UE), que, em lamentável episódio recente, praticamente sabotaram o voo do presidente Evo Morales durante viagem oficial à Europa, colocando, inclusive, sua vida em risco, ao não permitirem a entrada da aeronave presidencial em seu espaço aéreo, por “suspeitas de que o avião presidencial boliviano estivesse levando a bordo Edward Snowden (imagem: ABAFO).

Edward Snowden é o técnico da NSA que revelou a espionagem internacional praticada por aquela agência, com o uso do software Prism, dentre outras ferramentas de espionagem cibernética, e que evadiu-se para a Rússia, depois de ter sido ameaçado de deportação rumo aos EUA pelo governo de Hong Kong.

Bolívia protesta_up

Na ocasião do incidente entre a UE e Morales, a presidente Roussef foi uma das primeiras, senão a primeira chefe de estado a se posicionar fortemente contra esses absurdos. Manifestações de desagravo a Morales ocorreram na Bolívia e em muitos outrs países da América Latina e do mundo. Imagem: L. S.
Apoiamos todas as medidas e procedimentos legais e diplomáticos que façam retroceder a invasão de privacidade ilegal dos Estados Unidos em todo o mundo.

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